terça-feira, 21 de maio de 2013

Guardian Angel 1

Epílogo


Katherine Pierce era apenas um bebê quando sua vida fora tirada de si. Fora condenada a ser um Anjo da Guarda e por isso começaria a treinar desde cedo para tal feito. Abandonada pelos pais que se foram mais cedo que ela mesma, Pai do Céu a designara para sua jornada com todo amor e caminho que o Pai poderia dar e, talvez por isso, Katherine não se sentia tão infeliz com seu trabalho.
A não ser, é claro, quando soube quem era seu protegido.

Zayn era o badboy de Bradford. Sempre com um cigarro na mão e calças que caiam abaixo da cintura, ele metia medo em todos da cidade, saindo com uma garota por semana e sendo mencionado várias vezes por todos os professores de sua escola. Ele não tinha medo de nada, tudo tinha medo dele.
A não ser, é claro, ela.

Capítulo 1

Não era muito tarde quando Katherine resolveu se levantar para ir até o banheiro. A garota tinha ido se deitar muito tarde pois a agitação naquele dia a deixou muito perturbada, assim como abalou o seu sono. Não sabia o verdadeiro motivo para estar acordada às três da manhã. A festa na qual estivera desde as nove da noite a deixara cansadíssima e caso sua melhor amiga, Lizzie a visse ali, acordada, daria todo aquele maldito sermão novamente. Então, não, obrigada. Kath não queria levar outro sermão.
Passando pelo quarto de sua amiga em silêncio, Katherine foi até à cozinha beber um copo d'água e beber um comprimido para aquela dor de cabeça que estava, pois sabia que teria aula no dia seguinte e não poderia faltar.
Katherine na verdade fora muito irresponsável ao sair para uma festa no meio da semana, mas suas obrigações de anjo poderiam ser deixadas de lado pelo ou menos um dia, certo?
Errado.
Zayn era muito encrenqueiro. Caso Katherine não estivesse perto dele a todo instante, o garoto poderia criar muita confusão, mas muita mesmo, talvez até causar uma terceira guerra mundial.
Kath nem queria saber o que ele tinha aprontado naquele dia em que ficara longe dele.
Voltou para a cama após uma rápida passada no banheiro e ficou ali deitada, pensando em tudo o que passara desde que se entendia como anjo.

Flashback On*

O lugar em que eu passeava com Pai do Céu naquela hora era mais do que anormal. Tudo era possível ali, no Céu, sim, mas aquilo... Árvores de ouro preenchiam o lugar, assim como diversas espécies de animais jamais vista por mim antes. O pequeno riacho com a água mais cristalina possível contrastava com a grama incrivelmente verde. O ar era tão puro que com apenas um respirar você sentia-se anos mais jovem. O Paraíso
- Você tem certeza que ele é um humano? - perguntei assim que vira a foto de Zayn Malik, o meu protegido, pairando na minha frente
- Está dizendo que Eu me engano? - Pai perguntou com um pequeno desapontamento na voz. Sentamo-nos à beira do riacho e olhamos uma espécie de mistura de coelho com castor comer uma semente
- Oh, não, mas é claro que não. Perdoe-me, Pai. Apenas penso que ele é um caso perdido para mim - tratei de me redimir
- Nada é um caso perdido para mim, Katherine, e você sabe disso. Sempre há uma segunda chance para aqueles que acreditam. - disse Pai com a voz terna novamente
- Sim, Pai, eu acredito - digo suspirando ao pensar em meus pais
- Mas você também sabe que tudo tem um propósito, não é? - porque Pai do Céu pode ler as mentes e eu não? - Se este garoto precisa de um anjo tão especial como você, é porque, certamente, há um motivo - Anjo especial? Eu?
- Este é meu primeiro protegido não sei se tenho treinamento suficiente - disse e pego uma pequena pedra e a jogo no lago
- Sempre há uma segunda chance para aqueles que acreditam, Katherine. Você devia, mais do que ninguém, saber disso. Afinal, você é a prova viva de que existem segundas chances - fiquei em silêncio por alguns instantes enquanto olhava a pedra fazer vários respaldos na água.
Sim, eu era o único anjo ali que fora ressuscitada. Pai do Céu resolvera se compadecer de mim no instante em que meus pais na terra sofreram um acidente de carro comigo quando era apenas um bebê. Eles eram uma mistura de anjo e humano, o típico amor proibido. Sabe, um anjo não pode se apaixonar por um humano, por isso nosso emprego era tão árduo. Era difícil não se apaixonar e por isso eu era uma aberração, como costuma se dizer por aí, mas Pai me dera uma chance para provar que, pelo erro de meus pais, eu não precisaria pagar por aquilo - a morte - e então tornou-me um anjo imortal.
- E então, acha que consegue este desafio?
- Eu não sei, Pai. Isso não parece certo - disse me desesperando ao ver a imagem de Zayn encostado numa parede de um prédio, fumando. Desvio o olhar para Pai do Céu novamente
- Olhe para o garoto, Kath - olho para Zayn - ele parece bem para você? - balanço a cabeça negativamente - É para isso que você estará lá. Este menino, Zayn, já desistiu da vida há muito tempo. Faça-o acreditar novamente. Faça-o encher-se de vida novamente. Faça-o sentir. - balanço os pés na água e fito Zayn jogando o cigarro no chão e pisando em cima
- Eu vou tentar, Pai. Eu vou tentar - disse
- Neste caso, ainda estarei olhando por você - Ele diz e estala os dedos, fazendo com que uma última imagem de Zayn passando um perfume - provavelmente para esconder o cheiro de cigarro - sumisse
- Pai? - chamo assim que Ele levanta-se do chão
- Sim?
- E se... eu falhar? - pergunto lembrando da trágica história de meus pais
- Neste caso, Eu ainda estarei olhando por você - e então, num piscar de olhos, eu encontro-me novamente em minha cabana, na Aldeia dos Anjos.

Flashback Off*

Katherine POV

O despertador estridente toca em baixo do meu travesseiro. Abro os olhos desesperada e constato que ainda faltam duas horas para ter de ir à escola, então apenas fico deitada lembrando-me da noite passada. Eu precisava parar com aquela mania estranha de ficar lembrando do dia em que virei anjo da guarda de Zayn, mas era praticamente impossível. Era mais forte que eu.
Viro para o lado direito e encontro o corpo de Lizzie ali. Levo um susto no começo e solto um gemido baixo, mas suficiente para acordá-la
- O quê...? - pergunta ela ainda desorientada
- Lizzie! O quê, diabos, faz em minha cama? - pergunto livrando-me do edredom e levantando da cama após calçar os chinelos de dedo
- Acho que foi mais uma daquelas crises de sonambulismo... ou eu apenas senti sua falta. Que horas chegou ontem à noite? - pergunta também saindo da cama e me olhando com aqueles maravilhosos olhos verdes
- Hãn... não foi muito tarde - dou um sorriso convincente e ela prende os cabelos cacheados num coque.
- Acho que duas da manhã é cedo, então. - ela dá aquele sorriso maroto que só ela conseguia dar.
Ferrou, pensei.
- Lizzie, eu juro que ia chegar mais cedo, mas estava tão legal lá e... - tentei explicar porque já sabia que Lizzie descobrira que chegara tarde na última noite
- Só porque brigou com Zayn não significa que possa sair para uma festa e beber até ficar bêbada, Katherine. Você não é uma pessoa comum, aliás, nem uma pessoa você é! - ela diz passando por mim e indo direto ao banheiro, batendo a porta depois de entrar.
Sabe quando você sente que nada que alguém ou algo possa fazer pode te ajudar a ficar melhor? Pois é, era assim que eu me sentia. Lizzie nunca dissera aquilo para mim, então era uma surpresa ouvir aquilo saindo de sua boca. Ela não costumava jogar verdades na cara de ninguém, até porque Elizabeth era o tipo de pessoa calma e meiga que está sempre à sua disposição para tudo que você precisar. Então, não sei porque diabos ela estava daquele jeito.
Bom, talvez eu saiba.
Há dois anos, quando conheci Zayn pessoalmente, ela namorava com ele. Pai do Céu tinha escolhido Lizzie para ser minha amiga aqui na terra, mas quando comecei a ficar muito amiga de Zayn, ela começou a se afastar de mim. Como já morávamos juntas na época, ela chegava em casa sempre depois das três da manhã, bêbada. Eu e Zayn, constantemente, vínhamos brigando muito e eu provavelmente enchia Lizzie com desabafos. Talvez esse fosse o motivo dela estar tão brava comigo
Ouço o barulho do chuveiro sendo ligado e então começo a separar minha roupa para aquele dia no colégio, junto com algo para dizer à Zayn, já que ele provavelmente estaria fazendo o mesmo sobre mim.
Espero que o que pensava desse certo, mas tinha um pressentimento ruim sobre aquele dia.